quarta-feira, 31 de março de 2010

Fico a achar do mundo algo inseguro - e quem me dera não o achar, voltar aos grandes tempos de infância e achar que apesar de haverem os "maus" esses seriam incapazes de se chegar a mim - fico a achar deste mundo algo que não se pode calcular nem acompanhar a um ritmo constante. Agora em todos os sítios há perigo, até na Igreja - agora até os padres violam crianças, abusam delas. O clero deveria ser um exemplo para a Humanidade (eu cá nunca acreditei em padres, sempre pensei que existia algo sinistro por trás daquelas vestimentas, daquelas rezas secas, daquelas falinhas mansas), deveria ser humilde como Jesus de Nazaré foi mas na verdade, o povo sempre viveu agarrado á fé - antes tudo era motivo de Deus, tudo era inexplicável, tudo metia medo, tudo era pecado, tudo servia de remorso - e fechava os olhos ao luxo do clero, ao abuso deles, pois eles eram os senhores da época, um padre era tal e qual um senhor de mais valia. E ai de quem lhes faltasse ao respeito!
Tantos séculos o povo enganado por esta ordem social e ainda hoje se vê disso - os meus avós não passam um sábado sem ir á missa - nas classes mais velhas. Sinceramente, acho que já nasceram com a ideia de que "ir á missa é uma obrigação", seus pais incutiram-lhes aquele hábito, de ser um cristão (bastante) católico. Mas eu olho á volta e é tudo uma treta, eles pedem dinheiro para dizer o nome de um falecido numa missa, eles pedem esmolas no meio duma missa (e que não me venham dizer que é para a santa), eles abusam nos confessionários, eles sabem que têm a faca e o queijo na mão. Mas o cúmulo foi esta polémica toda á qual assistimos diariamente, da violação de crianças. Fico parva, muito parva com a sociedade em que estou inserida. Agora nem os "exemplos a seguir" são dotados de dignidade e verdade. Quem hei-de eu admirar e seguir? (só a minha mãe)

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